Como o primeiro registro que antigos viventes nos deixaram da saia, é uma escultura que data de 3.00 a.C. há de se convir que a saia é mesmo uma peça muito antiga, utilizada inicialmente pelos homens e que as mulheres se apoderaram de maneira insofismável, apesar de ainda serem utilizadas pelos homens.
Daí... nossa eterna paixão pelas saias.
BAIANA DO ACARAJÉ
A baiana do acarajé (ou simplesmente baiana) é como são chamadas as mulheres que se dedicam à profissão de vendedora de acarajé e outras iguarias da culinária baiana. Na maioria da vezes são filhas ou mães de santo do candomblé que adotaram essa profissão autônoma principalmente por não ter um vínculo com patrão ou empresa. Isso se dá em virtude das obrigações do candomblé muitas vezes requererem sua presença por períodos variáveis de dias podendo chegar a um mês, e se tivesse um patrão seria quase inviável. Mulheres batalhadoras que com muita luta conseguiram a regularização da profissão junto aos poderes públicos. Uma das principais figuras típicas do Brasil, chega a ser uma caracterização obrigatória nas Escolas de Samba do país.
Sua roupa também é de baiana, pode ser uma roupa simples com saia sem roda, bata, ojá na cabeça e os tradicionais fio-de-contas, ou mais sofisticada com todos os adereços como usam as baianas de eventos turísticos.
BAIANA DE EVENTOS TURÍSTICOS
A indumentária típica das baianas constitui-se no marco característico da mulher afro-descendente da Bahia, que mantém vivas suas raízes históricas; como tal ela é representada em diversos eventos turísticos típicos, folclóricos, muitas vezes contratadas por empresas, em toda a Bahia e até fora dela. São de cores alegres, usam Batas de renda ou richelieu, e o turbantes ou torços são bem grandes e trabalhados, são independentes da hierarquia do candomblé, não precisa ser uma iyalorixá para usar Bata, todas usam.
Um bom exemplo encontra-se na festa da Lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim, ou nas Escolas de Samba, que obrigatoriamente têm uma Ala das baianas.
MARACATU EM PERNAMBUCO
A semelhança na roupa característica do Maracatu de Pernambuco com as roupas das baianas é em virtude do Maracatu ser uma parte do candomblé pernambucano que é chamado de "Xangô do Recife" ou também chamado de Xangô do Nordeste por existir em outros estados do Nordeste brasileiro. As roupas podem ser simples como as usadas também nos blocos de rua e pequenos maracatus ou sofisticadas como nos grandes maracatus que muitas vezes são confeccionadas pela própria pessoa que vai usá-la, mantendo o sigilo e a surpresa para apresentar só no dia do cortejo. O vestuário pode ser bordado à mão, trabalho que pode demorar meses para ficar pronto. Ou feitas de rendas, veludo ou brocado, e normalmente a roupa da boneca Calunga figura principal do maracatu, é igual a de sua portadora.
A armação usada por baixo nos cortejos de rua como o Maracatu e escolas de samba, geralmente são feitas de arame ou de plástico, material mais leve do que as anáguas de tecido engomado normalmente usadas nas festas de candomblé
BAIANA DE ESCOLA DE SAMBA
A roupa clássica da ala das baianas de uma escola de samba compõe-se de torso, bata, pano da costa e saia rodada. Entretanto, a inventividade dos carnavalescos não tem limites e freqüentemente podemos ver baianas com as mais inusitadas fantasias, tais como noivas, estátuas da liberdade, seres espaciais, globo terrestre (foto) ou poços de petróleo. A confecção dessas roupas tornou-se uma indústria do carnaval que é uma das maiores fontes de emprego tanto para os componentes das escolas como para os profissionais contratados pelas escolas que tem emprego garantido durante o ano todo.
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