sábado, 7 de janeiro de 2017

PÁUL POIRET: LA BELLE EPOQUE


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A ascensão do filho de um simples fabricante de guarda-chuvas chamado Paul Poiret. Abrindo sua própria Manson em 1903, Poiret projetou seu nome com um modelo de casaco-kimono muito controverso, mas em 1909 ele já havia conseguido tamanha fama que foi convidado a realizar um desfile na 10 Downing Street, casa dos primeiros ministros britânicos há séculos. Iniciou-se a onda oriental na moda, com cores fortes, drapeados suaves, saias afuniladas e muitos botões, sendo os enfeiteis favoritos da época. Poiret também investiu no que, na época, era pouco usual, mas que hoje tornou-se um padrão entre as grande marcas; a expansão vertical da linha de produto. Em sua Maison era possível encontrar, além de suas roupas, móveis, artigos para decoração e perfumes. Talvez um dos fatos mais associados a Poiret seja o de libertar as mulheres dos espartilhos. Negando mais de um século de silhuetas em forma de ampulheta e espartilhos apertados, Poiret pregava uma forma mais solta e fluída para o vestuário, mas muitas de suas clientes, ainda sim, não abandonaram o espartilho. Mas certamente, uma de suas maiores inovações no mundo da moda foi seu desenvolvimento da técnica de moulage ou draping, uma radical inovação em um mundo dominado pelo método de modelagem da alfaiataria. Esta técnica permitiu a Poiret criar suas peças com formas retas e alongadas, mas ainda sim fluidas. Outras de suas mais famosas criações são as calças sherazade, meias-fina cor-de-carne, a saia hobble (era, geralmente utilizada por baixo de outra saia, tinha o formato muito próximo às pernas e era muito apertada, permitindo apenas paços pequenos), túnicas-abajur e até o soutien. Lembrando-se sempre que elas estavam preenchidas por cores vibrantes, um grande diferencial em relação ao lugar-comum da época. A assinatura de Poiret era a rosa, a qual aparecia periodicamente em suas roupas

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. Durante a Primeira Guerra Mundial, Poiret teve de deixar a Maison a fim de ajudar na produção de uniformes. Quando, enfim, retornou, em 1919, a Maison estava às vascas da falência. Um estilo mais simples era a moda vigente e designers como Coco Chanel estavam fazendo um enorme sucesso com roupas minimalistas e extremamente bem acabadas enquanto as produções elaboradas de Poiret pareciam tortas e mal acabadas. Embora o design de Poiret era estonteante, a construção deixava a desejar. Assim, ele ficou fora de moda, endividado e sem suporte de seus sócios, o que o obrigou a deixar sua Maison. Quando esta faliu, em 1929, as roupas restantes foram vendidas por quilo como retalhos. Quando morreu, em 1944, Poiret estava esquecido.

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 Década de 20 Esta foi foi uma década de prosperidade, de melindrosas e das Jazz-bands. Com o fim das restrições impostas pela guerra finalmente a moda volta a florescer. Depois da experiência da Primeira Guerra Mundial, era praticamente impossível retomar os antigos hábitos, ocorreram demasiadas mudanças em termos econômicos, sociais e psicológicos. Livre dos espartilhos, usados até o final do século 19, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo. O uso da maquiagem destacou-se, pois deixava os traços dos rostos bem marcados. A boca era pintada em forma de coração, os olhos eram destacados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquiagem. As características da arquitetura, design e pintura da época, com suas linhas puras e o sentido do funcional encontravam-se igualmente na moda.

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 Assim, a moda dá um passo decisivo em direção à modernidade. Teve grande influência o movimento da Bauhaus na moda, fazendo que nos anos 20, a moda modificasse decisivamente todos os estilos anteriores. Agora a moda era caracterizada por suas linhas claras e direitas, estruturas visíveis e funcionalidade, associadas a um valor estético próprio. A roupa feminina passou a ser mais leves, com vestidos mais curtos, alguns deixavam parte das pernas de fora, eram de seda, deixando braços e costas à mostra. Nessa época, o busto deixa de se destacar, os seios apertados pelos “corseletes alisadores” e a cintura desaparecem, transferindo a atenção para os quadris, o novo ideal agora é o andrógino. As moças assumem aparência de rapazes e as curvas são abandonadas. O corte de cabelo é curto para equilibrar pequenos chapéus. Para o dia usava-se uma produção discreta, mas à noite vestidos longos recebiam peles, plumas, bordados, flores e lantejoulas, em vestidos de linha tubular. Foi a década da estilista Coco Chanel, traduzindo o traje masculino para o feminino com muito sucesso, sem que se perdesse a feminilidade. Cria trajes tricotados e o tão aclamado “pretinho básico”. Vem com com sua nova moda de blazers, capas, cardigans, cortes retos, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Em 1925 surgiu a saia curta, que horrorizou os conservadores. A revolução das saias curtas: estava sujeito a multas e prisão quem andasse nas ruas com 8cm acima do tornozelo. Outro nome importante foi o de Jean Patou, estilista francês, que criou a moda sportswear. chanel e jean Patou A década termina com uma crise gerada pela queda da bolsa de valores de Nova Iorque, quando muitas falências e desemprego passaram a ser os destaques.

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Década de 30 Com a crise financeira, com a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, as diferenças sociais começam a atenuar as criações das grandes Mulheres da década de 20 casas de costura parisienses. Com a chegada da roupa pronta e dos tecidos sintéticos, as roupas diminuem de preço. Diferentemente dos anos 20, que havia destruído as formas femininas, os anos 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias: a cintura volta para o lugar e as saias alongam, tocando o tornozelo, os vestidos eram justos e retos, acompanhados de boleros, casacos de pele ou capas . As mulheres deixam crescer o cabelo, começam a usar mangas largas e delineiam o corpo, com saias apertadas nos quadris. Mas a grande vedete desta década foram as enormes aberturas nas costas, que chegavam até a cintura. Nos anos 30 existiam muitas criadoras de moda que em nada ficavam a dever aos seus colegas do sexo masculino, uma tendência que já se observara nos anos 20. Sabiam reconhecer os sinais do tempo e tinham jeito para o negócio, criando estilos que estavam em plena consonância com esses sinais. Alix Grès e Madeleine Vionnet traduzem muito bem o novo sentido do corpo feminino. eram especialistas em sugerir os prazeres do toque em vestidos esculturais, muitas vezes cortados em viés. Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou sua marca, que se viria a transformar num dos impérios de luxo italiano. Com a crise na Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. Sua principal invenção foi a palmilha compensada. Destaque também para a grande estilista francesa Elsa Schiaparelli. O Surrealismo de Schiaparelli chocou, em seu trabalho com forte associação entre moda e arte. Ela teve seu brilho, se destacando como alguém que se preocupou em enfatizar a aparição, não o organismo. Fez diversas parcerias com artistas da época, dentre eles Salvador Dali. Lança nessa época a cor “rosa shocking” e perfume de mesmo nome. A moda dos anos 30 descobriu a vida ao ar livre, os banhos de sol, o ciclismo. Outros esportes também se popularizaram e os shorts tiveram adesão dos jovens. Os trajes de banho tornam-se populares e surge o maiô, e um acessório que é usado até os dias de hoje: os óculos escuros. Este último também se difundiu sendo usado por estrelas Hollywood. O cinema, inclusive, foi um dos grande difusores de moda da década e a maneira de vestir das mulheres foi influenciada pelas atrizes de Hollywood, que lançou suas estrelas de cinema, como Greta Garbo, como ideais de beleza. Por volta de finais dos anos 30, a linha dominante, de características marcadamente ornamentais, tinha-se já simplificado significativamente. Desenvolveu-se uma linha mais angular, que iria marcar os anos da guerra. A Alta-costura tinha estagnado. Muitos estilistas fecharam suas “maisons” ou se mudaram de França para outros países. A guerra viria transformar a forma de vestir e o comportamento de uma época.

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 Década de 40 Esta década ficou marcada pelo início da Segunda Guerra Mundial, em decorrência disso a silhueta feminina era de estilo militar, com roupas e sapatos sérios e pesados. A escassez de tecidos fez com que fossem utilizados materiais sintéticos com mais freqüência, como o raiom e a viscose e o uso crescente do nylon. As saias ajustaram e voltam a encurtar, adequando-se às restrições impostas pela guerra. A moda agora era calças compridas de corte masculino, pois eram práticas e populares, lenços na cabeça, chapéus frívolos adornados com flores e véus. Na falta de matéria-prima, causada pela guerra, as mulheres adotam toques alegres e criativos no vestuário. Turbantes para substituir os chapéus; bijuterias para repor as jóias; plataformas para não gastar o material do sapato. O tweed foi uma peça muito usada, com saias mais curtas e com finas pregas; as meias soquetes substituíram as meias de finas e os cabelos passaram a ser preso com grampos, devido as escassez de cabeleireiros. Ideal de beleza da década de 30 Os Estados Unidos investem em uma moda para mercado de massa, diferente da Europa. Não ao europeu vira moda e se tem o surgimento do Prét-à-Porter. A alegria invadiu as ruas com a libertação de Paris, em 1944, assim como os ritmos do jazz e as meias de nylon americanas, trazidas pelos soldados, que em troca levaram para suas mulheres o perfume Chanel nº 5. Com a intenção de angariar fundos e confirmar a força e o talento da costura parisiense, em 1945 foi criada uma exposição de moda. Como não havia material suficiente para a produção de modelos luxuosos, a solução foi vestir pequenas bonecas, moldadas com fio de ferro e cabeças de gesso, com trajes criados por todos os grandes nomes da alta-costura francesa. Em 1947, então, acontece algo de inesperado, surge o “New Look” de Dior com cinturas apertadas e saias amplas e chapéus grandes. Chistian Dior, um jovem estilista, revoluciona a moda na Europa. Era uma moda feminina, que acentuava todas as curvas do corpo das mulheres, além de ser suntuosa e luxuosa. O sucesso foi imediato. As criações de Dior foram copiadas em todo o mundo. Estas novas linhas eram totalmente diferentes das linhas severas da moda do período anterior à guerra e durante os tempos de guerra. Era a visão da mulher extremamente feminina, que iria ser o padrão dos anos 50.

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Década de 50 Esta foi a década do renascimento da feminilidade, lançada pelo New Look, de Cristian Dior. O culto à beleza estava em alta, e foram usados muitos cosméticos, valorizando a beleza e ressaltando o luxo em peles, cashemire e jóias. Surgem as grandes empresas de cosméticos, como a Revlon, Helena Rubinstein e Estée Lauder. Os cabelos podiam ser penteados em forma de rabo de cavalo ou em coques, as franjas começaram a aparecer. A alta-costura vive seu apogeu, através de Balenciaga, Givenchy, Chanel, Nina Ricci e Dior. O símbolos da beleza feminina eram Marilyn Monroe e Rita Hayworth. Surgem os grandes fotógrafos de moda, das revistas Vogue e Elle. Seguiram-se 10 anos de intensa atividade na moda após o New Look. A moda ressurge mais forte que nunca nas mãos e tesouras de Dior. As sobrancelhas arquearam e tornaram-se mais escuras. Os lábios se delinearam e a maquilhagem tornou-se essencial. A atmosfera era de sofisticação, a beleza tornou-se um tema de muita importância, o luxo nas estolas e joalharias elaboradas predominavam. Era grande a procura por roupas para jovens e a indústria de roupas prêt-à-porter fica cada vez mais forte. Um fator determinante no mundo da moda e no mercado foi a cultura juvenil, que já não podia mais ser ignorada, pois foi ainda nos anos 50 que se começa a notar uma certa rebelião da juventude contra a geração mais velha, atarefada em reconstituir uma prosperidade perdida nos anos da guerra.

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O rock and roll e o seu ídolo, Elvis Presley, tornaram-se extremamente importantes para a juventude do mundo ocidental. A forma de dançar, provocante e sensual, de Elvis e o seu estilo de vestir entusiasmavam de sobremaneira a juventude, desencadeando uma verdadeira histeria de massas, sobretudo entre o público feminino. O cinema também difundia a nova forma de estar na vida e a nova moda. James Dean e Marlon Brando, exprimem os sentimentos dos jovens, questionando os valores superficiais da classe média burguesa. Também eternizam o uso da camiseta branca com calça jeans e blusão de couro. Elvis Presley e James Dean, ídolos da juventude dos anos 50, são fenômenos característicos da tendência de prolongamento da adolescência, que teve o seu início justamente nessa década. Marilyn Monroe e Brigitte Bardot foram os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 que eram uma mistura dos dois estilos, a devastadora combinação de sensualidade e ingenuidade. Tendo recuperado todo o seu prestígio, a alta-costura evolui graças aos jovens que entram nesse mercado: Pierre Cardin abre sua casa em 1953, Gabrielle Chanel volta com força total em 1954. Depois da morte de Dior, Yves Saint Laurent, na altura com 21 anos e novo diretor da famosa casa, foi um impulsionador revolucionário da moda. Em 1959, a boneca Barbie foi desenvolvida e comercializada nos EUA, sendo pouco tempo depois exportada para a Europa. No final da década, nos Estados Unidos, surgiam as saias rodadas, calças cigarretes, sapatos baixos, com influência do sport wear. e o rock and roll. Se popularizaram vestidos linha H (tubinho), linha Y (ombros mais largos) e linha A (trapézio), lançada em 1958 por YSL na Casa Dior, o oposto das linhas cintadas que se usavam até a data. A linha trapézio iria ser exatamente importante para o desenvolvimento da moda nos anos 60. Xadrez e pois foram muito usados.

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Década de 60 Os anos sessenta foram da cultura jovem, dos estilos variados, do rock and roll, dos movimentos pacifistas do final da década, contestando dentre outras coisas, a Guerra do Vietnã. Houve uma atmosfera de mudança no ar e grande velocidade nas transformações. Ocorreu uma elevação do nível de vida Francês, incentivando o consumo de supérfulos. Explosão da comunicação (imprensa, tv, propaganda) contribuindo para o incentivo ao aumento do consumo do vestuário. Surgimento das boutique oferecendo um prêt-à-porter de luxo. Crise na Alta Costura. Notadamente havia a necessidade de mudança e logo ocorreu a expansão de seu leque de produtos incluindo perfumes, cosméticos e acessórios – responsáveis até hoje pelo, praticamente, sustento das grandes maisons.

O nome do costureiro ganhou status de marca suscetível de ser concedida sob licença. Crise na indústria do vestuário, fragilizando o setor. Contribuiu para isso, o aumento da concorrência com produtos importados de países com mão de obra mais barata; inúmeras pequenas empresas declararam falência na França. De fato, durante os anos 60, a indústria têxtil passou da dispersão a uma situação próxima do oligopólio. Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos, a moda focaliza os jovens, ampliando a massa consumidora. As jovens correm nas lojas todo mês para actualizar o visual. Nesse cenário, a transformação da moda foi radical, com o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.

Foram introduzidos novos elementos na moda, provenientes do Egito antigo, da art nouveau, das formas geométricas, do romantismo, enfim, uma mistura de estilos. A lingerie se moderniza, com o uso da calcinha e das meias calças, para dar maior conforto a mulher moderna e independente desses anos dourados. Uma das manias dessa época foi o vestido tubinho com botas de cano longo (brancas na maioria das vezes). Outra linha de estilo foi a criada por YSL, com roupas de estilo masculino, como o smoking, de 1966. E teve também a louca coleção metálica de Paco Rabane inspirada na era espacial, nesta década de chegada do homem à lua. Surge a minissaia, a vedete da década, criada por Mary Quant/Courreges (há controvérsias sobre esta autoria). Tem início o movimento feminista, com a queima de sutiãs em praça pública. No Brasil, a onda da Jovem guarda influenciava todos os jovens, em sua maneira de ser e de vestir. A música dos Beatles, os quatro rapazes de Liverpool, também criou moda, principalmente para os jovens rapazes daquela época, quando todos queriam ter cabelos compridos, igual a John, Paul, George e Ringo. As primeiras lojas de venda por catálogo especializadas em moda juvenil foram abertas. Os grandes armazéns abriram secções onde se vendia somente “moda jovem”. Começaram também a abrir as primeiras boutiques, que eram um novo conceito de loja, onde se vendia vestuário moderno e jovem. O fenômeno da moda de massas demonstra claramente que a imagem dos produtos de moda de origem francesa deixaram de ser os únicos a fazer ou a ditar a moda. Os jovens começaram a criar a sua própria moda, que serve agora de inspiração para as coleções de Alta-Costura ou de prêt-à-porter dos grandes costureiros. Houve também o surgimento da Pop-arte , op-art, filmes e peças revolucionários.

No domínio das artes predominavam as experiências novas, a rotura com o que era considerado obsoleto e a procura do novo e espetacular. Também neste domínio, o conceito resumia-se a três termos: rápido, reprodutível e consumível. O final da década de 60 representa uma época de muita incerteza, surgindo assim dois novos movimentos que afectaram a moda: a revitalização da volta à natureza e o impacto do movimento feminista. Yves Saint Laurent, Paco Rabanne, Courréges, Pierre Cardin e a inglesa Mary Quant souberam tirar proveito da moda jovem. Em 1969, um grande festival de música rock entra para a história, o Woodstock, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias que ficou caracterizado pelo amor, música, sexo e drogas.



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