Surge a racionalização. Há uma transformação do ponto de vista político e da compreensão da economia e das suas bases produtivas. A moda nasce junto com o Renascimento, nos séculos XV e XVI. Nessa fase, juntamente com o surgimento da primeira burguesia, houve uma grande melhoria na qualidade da matéria-prima. Aplicações, bordados e peles passaram a espelhar uma sociedade rica, em contraste com os povos medievais, muito ligados à forma bárbara de se viver. A altura da indumentária sobe e fica marcada logo abaixo do busto, alongando a silhueta.
As formas, de modo geral, vão ficando arredondadas, perdem a verticalidade gótica, expandindo-se lateralmente, buscando horizontalidade. No século XVII, a cultura fica mais controlada pelo Estado, sendo impossível produzir algo fora das normas oficiais. Nos países católicos, a elite resumia-se aos membros da nobreza e da Igreja. Nos países protestantes, entretanto, era formada a burguesia. É a partir desse século que a França começa a colocar-se como grande produtora de moda. Surgem as primeiras publicações especializadas no assunto. Nesse período, 20% da produção francesa era de materiais para o vestuário. A elite usava roupas muito elaboradas e cheias de camadas, enquanto as classes mais populares se vestiam copiando, de forma grosseira, as roupas dos nobres. No reinado de Luís XIV, a França chega ao seu apogeu. Mas o que se assiste, logo em seguida, é a decadência da nobreza francesa devido a política centralizadora do rei. As mudanças e inovações dessa época eram totalmente determinadas pela casa real. Há uma valorização das formas femininas que ressalta os quadris e acentua a cintura. As formas masculinas tornam-se mais femininas. No modelo francês de vestuário, a cor e os efeitos decorativos eram predominantes.
Cada fase do desenvolvimento de uma pessoa era mostrada pelo tipo de roupa que usava: na infância vestia-se de um jeito; na maturidade, de outro; e na velhice, de outro. Essas diferenças eram sempre muito distintas, justamente, para marcar as etapas da vida. O mesmo ocorria em relação às profissões, identificadas por “uniformes”, que eram usados no dia-a-dia de acordo com a ocupação.
O Neoclássico dá lugar ao Romântico que busca respostas tanto no passado quanto no futuro. No Neo-Rococó, as formas do Rococó retornam adaptadas, principalmente para o guarda-roupa feminino. Esse período, de aproximadamente 25 anos, é marcado pela utilização da crinolina, a enorme armação de arame das saias. A silhueta de uma mulher da nobreza adota quase uma forma de meia esfera. Mais uma vez, a maneira de se vestir identifica a condição social que se tem, a começar pela grande quantidade de matéria-prima utilizada para confeccionar este tipo de roupa.
Por volta de 1850, a hegemonia do terno com gravata e uma sobriedade de cores passam a caracterizar a indumentária masculina. A fantasia e a decoração eram reservadas às roupas das mulheres, que não trabalhavam. Nesse momento nota-se o trabalho influenciando o vestuário. Quem trabalhava, o homem, precisava de roupas confortáveis. A mulher, por sua vez, exibia o poder econômico do homem: ela “veste” o que o dinheiro do seu marido pode comprar.
Dandismo e Império - Período ligado à Revolução Francesa, a roupa se torna mais prática e confortável depois da revolução em 1789. Depois do terceiro estado abolir a distinção das classes, a aristocracia abandonou todos os ornamentos, armações jóias, se vestindo da maneira mais simples possível . A influência era Inglesa e vinha diretamente do campo, da natureza. Sem bordados excessivos, tecidos suntuosos, corpetes e peruca, os cabelos eram curtos e naturais . A regra era abaixo o supérfulo e as inspirações eram gregas . O traje masculino era no estilo Dandi, composto por calça comprida, casaco, cartola, colarinho firme firmados por PLASTRON ou e bengala. Feito de casimira, a roupa ajustava-se ao corpo, sem rugas, com corte perfeito. Já o feminino o traço mais marcante era o recorte logo abaixo do busto. Usavam turbante sobre cabelos curtos . As cores eram: azul, Cinza e branco. Vestido tipo camisola com decotes quadrados ou V, deixando o colo em evidência. Usavam turbantes, chapéus boneca e xale . Com o Romantismo, o traje feminino as cinturas eram marcadas, uso do espartilho, mangas fofas (pernil de carneiro) e saias volumosas. Os chapéus possuíam arranjos grandiosos com flores. Os vestidos apresentavam barrados e os cabelos eram usados com cachos e chinó . Usavam guarda sol , jóias relicárias, cruz, camafeu, broches. 1840/50: as jaquetas curtas acinturadas, separadas das saias com muitas anáguas ; usavam anquinha e crinolina e xale grande com franjas .
No período Vitoriano que está ligado ao reinado da rainha Vitória (1837-1901, apesar do período terminar em 1890). É a moda repleta de volumes, forma balão, mangas fofas, muitos babados, rendas e gola alta. Além, é claro, das tonalidades escuras e a clássica sobriedade do preto. O início do período vitoriano (1837- 1860) é marcado pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolina. A aparência das damas era de vulnerabilidade, as roupas eram desenhadas para fazerem as mulheres parecerem fracas e impotentes, como de fato elas eram. As cores eram claras. O espartilho, que fazia mal à coluna e deformava, inclusive os órgãos internos, debilitava ainda mais, impedindo as mulheres de respirar profundamente. Além de tido como elegante, o espartilho era considerado uma necessidade médica à constituição feminina, usado, inclusive, em versões juvenis a partir dos três ou quatro anos. Em 1861 morre o príncipe Albert e ela mergulha em profunda tristeza, não tirando o luto até o fim de sua vida (1902). A morte do príncipe Albert marca o início da segunda fase da era vitoriana. As roupas e as mulheres começam a mudar, os decotes sobem e as cores escurecem. A moda vitoriana do luto extremo e elaborado vestiu de preto britânicos e americanos por bastante tempo e contribuiu para tornar esta cor mais aceita e digna para as mulheres. Mesmo as crianças usavam o preto por um ano após a morte de um parente próximo. Uma viúva mantinha o luto por dois anos, podendo optar – como a rainha Vitória – por usá-lo permanentemente. Na primeira metada da década de 1850, surge Worth, um costureiro inglês que passou a ditar moda em Paris. Agora as mulheres iam até ele. Foi uma revolução e muitos estudiosos consideram esse o ponto do surgimento da Alta Costura. Worth “cria o primeiro conceito de griffe” (EMBACHER, 1999:41). No final da era Vitoriana as saias já não são enormes, tornando-se mais justas. Em 1901 Eduardo VII se torna rei e já estamos na Belle Époque (1890 – 1914, período entre o fim do século XIX e a Pr infantil e frágil. Nas décadas finais do século XIX, a mulher ideal se tornava cada vez mais madura e no início do século XX isto se acentua, com ela mais fria e dominadora. No vestuário, o começo do século XX se destacou pelo “frou-frou eduardiano”. A ostentação estava em voga e a moda deste período é marcado pelo luxo e beleza das roupas, penas, rendas, perolas (verdadeiras ou não), babados, plissados, lantejoulas, eram inseridos no traje em efusão. Grandes chapéus muito bem e divertidamente ornados, muitas plumas e bordados. O rei é conhecido por seus apetites, amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe. O busto era destacado, com espartilhos “mais saudáveis”, que tornavam o corpo ereto na frente, mas jogava os quadris para trás, uma postura em forma de “S”. A saia era lisa sobre os quadris e se abria em rendas em direção ao chão, em forma de sino. A noite os decotes eram extravagantes, mas durante o dia os vestidos eram totalmente fechados até o pescoço. Os cabelos eram usados presos, no alto da cabeça, e o chapéu era usado para projetá-lo para frente, para amenizar o efeito das famosas “anquinhas” da parte de trás do vestido. os tons claros eram os mais usados. A Maison Worth em Paris era a mais pretigiada nesta época e seu estilo, extravagante e vistoso, impunha moda. O traje masculino era composto de sobrecasaca e cartola, mas o terno era facilmente visto. As calças masculinas eram retas e com vinco na frente, os cabelos eram curtos e o uso do bigode era bastante popular na época.
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